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A mostrar mensagens de outubro, 2007

Halloween

Não sei onde os portugueses foram buscar esta ideia de comemorar o halloween. Talvez à nossa mania irritante de copiar tudo o que é estrangeiro, especialmente se vier dos Estados Unidos. Se vermos bem, esta ideia não é completamente nova, apenas juntamos a tradição quase em desuzo de 'ir ao bolinho' ou pedir 'pão por Deus', ao Carnaval, mas na versão negra (trocámos as máscaras de meretrizes, freiras, palhaços e bonecos animados, por bruxas, vampiros e outros seres que povoam a nossa imaginação). Da minha parte, acho isto tudo uma grande foleirada!! As minhas recordações de infância transportam-me para o Dia de Todos os Santos, quando se estreava roupa nova e se andava à solta pela aldeia, em bando, de casa em casa a pedir guloseimas. A seguir às emoções do primeiro dia de aulas, o Dia de Todos os Santos era a data que se seguia no calendário infantil. Quase não dormiamos, acordavamos cedo e saíamos para a rua. Voltavamos à hora de almoço, não para matar a fome, mas par...

cidade/campo - parte 2

Como escrevi no último post, este foi o meu fim de semana de paragem no tempo. Fui recarregar baterias e vestir a minha outra pele. Como costumo dizer, assim que passo a ponte de Alcacer do Sal começo a falar com sotaque! :-) Só falta colocar um letreiro: Peço desculpa pela interrupção, a minha vida segue dentro de instantes! Quando lá estou, não me limito a ver as coisas de fora, a analisar comportamentos e observar que algumas coisas nunca mudam (e ainda bem!). Não, eu sinto mesmo que, apesar da distância, continuo a fazer parte daquela realidade, daquelas vidas que me viram crescer, que fazem parte das minhas referências e que ajudaram a que eu me tornasse adulta. Como de costume, fiz a habitual paragem no café da aldeia, não só para alimentar o vício de cafeína, como também para matar saudades e saber as últimas. É engraçado que parece sempre que não passou tempo nenhum. Sinto-me como se continuasse com dezassete anos.. O tempo parou e eu respirei. Vivi outras vidas, que poderiam t...

cidade/campo

Sou de dois locais e não sou de parte nenhuma. Sinto-me um ser hibrido que habita algures entre a cidade e o campo. As duas fazem parte de mim e o que eu sou é o resultado dessa relação promiscua de não saber muito bem com qual me identifico. Sou urbana, gosto do cheiro da cidade, dos barulhos, das luzes, das pessoas, dos vendedores ambulantes, das feiras.... do cinema pseudo-intelectual, de litertura light e de clássicos. Estou a descobrir as artes. Sou do campo. Há em mim uma veia provinciana que resiste. Gosto do cheiro da seara. Quando era miúda costumava ajudar o meu pai a encher sacos de trigo acabado de debulhar. Esse cheiro nunca mais me saiu da cabeça. Dos bailaricos. Sempre que estou muito tempo num ou noutro sitio, começo a sentir-me sufocada. É como se as reservas de uma ou outra realidade se começassem a esgotar. Este fim de semana vou lá estar. Depois conto!