Mensagens

Das amizades

Já algum tempo que andava com uma ideia na cabeça. Alias, a ideia não é minha, é uma reflexão avançada por outra pessoa. E eu fiquei a pensar nesse fato: até que ponto substimamos as amizades recentes em detrimento das antigas, daquelas que fizemos lá adolescencia e que achamos serem para sempre e intocáveis. De fato, são essas que mesmo que passemos muito tempo sem as ver, julgamos que estão sempre lá, assim como as recordamos. Mas não estão, ocupam o seu espaço, o seu tempo, e é onde devem ficar. Por outro lado, aparecem pessoas novas na nossa vida, novas ideias, novos interesses mas nós continuamos a achar que "amigos amigos eram aqueles da adolescencia, da faculdade, alguns prolongaram-se. Nada mais injusto. Só porque já não tem aquela intensidade, aquela pressa, não significa menos. Conheci ultimamente pessoas que pouco a pouco tem vindo a ocupar um espaço muito especial na minha vida. Cada uma com a sua vertente, cada uma inspiradora na sua individualidade. Mas quando

Saudades

Imagem
Tenho saudades do campo Tenho saudades do restolho, do cheiro a trigo cortado Tenho saudades de manhãs frias, da agua gelada nos regatos Do cheiro a estevas no verão Da melancia lambusada até às bochechas De viver sem tempo Do tempo que era tempo Das tardes à espera "do ventinho da maré" Dos concertos dos grilos durante a noite Tenho saudades de mim

Da satisfação

Tenho andado a pensar numa questão que me deixa inquieta: quando é que nós podemos dizer: tenho tudo o que preciso, vou apenas trabalhar para manter? Isto da satisfação tem muito que se lhe diga. Desde que passei a barreira dos 40 que ando a pensar nisto. A fazer análises, balanços. Passamos demasiado tempo insatisfeitos, a querer mais, a pensar " ah e tal agora esta tudo bem, mas se fosse desta ou daquela maneira é que era." E isso acaba por nos bloquear. Ficamos presos naquela insatisfação, a exigir de nós e dos outros. Assim que temos uma necessidade satisfeita, devíamos concentrar noutras, mas em vez disso, criamos outras necessidades, aumentamos o pretendido até li, para continuarmos nesta insatisfação, até termos desculpas para continuarmos o marasmo. Há uma cultura do "assim, assim" que me deixa furiosa. Quantas e quantas vezes perguntamos a uma pessoa como esta e ela responde isso. Fico logo com vontade de enumerar as cisas que realmente importa: tem saú

Processo decisório

É sempre bom tomar decisões. Ora vamos lá às minhas para a primavera: 1ª Fazer uma horta: Não tem a ver com alimentação saudável, orgânica e essas coisas que agora estão muito na moda e que ficam sempre bem dizer. Para isso já por aí muitos blogues. Não, é mesmo pelo efeito para-raios com ligação à terra. Porque o simples ato de mexer com as mãos na terra faz com que todas as energias sejam absorvidas para o fundo da Terra. É como se todo o corpo ficasse mais leve, flexível, maleável. Assim, sem luvas. Agora que mudamos de casa, aproveita-se o pretexto para enfeitar o terraço com plantas, variadas, não só comestíveis. 2º Recomeçar a correr: E de repente um fio invisível apodera-se de mim e me prende ao chão. Sei que é psicológico, que nem acredito que já corri quase 2 dezenas de quilómetros seguidas, que a minha voz interior me sussurra ao ouvido que sou capaz, mas falta acreditar. 3º Levantar mais cedo: dizem que são precisos 15 dias pelo menos para adquirir um novo hábito. Com

Cada lugar meu

Imagem
Esta musica é tão, mas tão bonita! O poema é mesmo inpirador e é dedicado a ti. Assim com as legendas, porque dizes que não tomas atenção às letras. Eu dedico. Porque é contigo que sei que quero "chegar contigo onde só chega quem não tem medo de naufragar". E já chegamos tão longe... E já tve tanto medo, de tudo, de mim, de todos. Contigo não, não tenho medo, daz-me paz, quietude, segurança. Sou feliz, posso dize-lo sem receio. As pessoas não costumam assumi-lo, como se isso atraísse algo ruim. Não atrai. só atrai se nos deixarmos enrolar nos pensamentos pequenos daqueles aos quais a felicidade alheia incomoda. Gosto de onde estou e como sou. Demoei muito a chegar aqui. Mas a vida encarregou-se de me compensar. E acredito que para todas as coisas más que nos acontecem o universo alinha-se para nos confortar. Há quem lhe chame a teoria da compensação. Eu chamo-lhe estar atento, atento ao bom, ao que nos faz bem. E tu fazes-me bem. e enquanto me quiseres aqui eu vou estar

Preciso de estar sozinha para estar acompanhada

Parece não fazer sentido mas é assim. É como quando mergulhamos e necessitamos de vir à superficie respirar. Não é ciclico, não tem uma tem uma periodicidade. Preciso e pronto! É como uma reflexão, uma tomada de consciência. E às vezes não gosto de estar com pessoas, nenhumas pessoas. Aplica-se o lugar comum "não és tu, sou eu". Neste caso não é ninguém, sou eu. Sei que me vale o epíteto de "antipática, petulante, nariz empinado". Não é nada disso. Não me apetece conversar e pronto! Depois de anos de treino,  a coisa corre mais ou menos bem. Mas não faço fretes. Interajo os minimos necessários e quando vale mesmo a pena.

Parolices

Sempre fui uma grande parola. Hoje de manhã a ir de carro para o trabalho dei comigo com estes pensamentos e a chegar a esta brilhante conclusão. Enumeremos o grau de parolice: - Gosto de ouvir rádios locais. Sempre que vamos de viagem pelo país, gosto de fazer zapping pelo que se ouve por lá. Há que mergulhar verdadeiramente na cultura local e essa é uma boa forma de começar logo a interiorizar o clima; - Dou comigo a cantar a plenos pulmões enquanto aumento o volume:       - Roupa Nova;       - Marco Paulo (e não é por o Cláudio Ramos dizer com grande orgulho que vai aos concertos, mas o Cláudio Ramos também é um grande parolo!);       - Marante (cresci com o grupo Diapasão a atuar nas festas da terra, muito antes de andarem pelos programas dos domingos à tarde a vender chamadas telefónicas; - Comer petiscos locais no local; - Começar a falar alentejano mal passo a ponte sobre o Tejo, ou algarvio, ou outro dialeto desde que seja do sul; - Gostar de concursos de quizz e ac